Novos voos?. Funcionários da Embraer em abril durante a entrega do primeiro avião da família E-190 E2
Foto: /Rogério Marques/OVALE
Assinada por cinco procuradores do Trabalho de São José, a "notificação recomendatória" pede a manutenção dos postos de trabalho no Brasil após eventual acordo entre Embraer e Boeing; MPT teme demissões em massa
Da redaçã[email protected]
O Ministério Público do Trabalho de São José dos Campos notificou as empresas Embraer e Boeing para que mantenham o emprego no Brasil após o possível acordo comercial entre as fabricantes, que negociam uma fusão desde o final de 2017.
Assinada por cinco procuradores do Trabalho, a "notificação recomendatória" pede a manutenção dos postos de trabalho no país e que uma eventual transferência para o exterior resulte em "demissões em massa".
A Embraer emprega mais de 19 mil pessoas no mundo, a maior parte delas em São José dos Campos.
Na notificação, o MPT também recomenda que as empresas prestem informação aos sindicatos que representam os empregados da Embraer quanto aos possíveis impactos das negociações em andamento e do acordo comercial que vier a ser firmado.
Segundo os procuradores, as empresas têm 15 dias para informar sobre o cumprimento da recomendação e apresentar informações adicionais.
Ainda de acordo com o MPT, a não observância das recomendações expedidas pode implicar na adoção de "todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis".
TRANSFERÊNCIA.
Em razão de a Boeing concentrar suas plantas nos Estados Unidos, os procuradores temem que o eventual acordo com a companhia brasileira implique em transferência da cadeia produtiva da Embraer.
"Os fatos apurados pelo MPT e os elementos de convicção dos procuradores apontam para a possibilidade de uma possível redução dos postos de trabalho da Embraer, ou até mesmo o encerramento de suas unidades produtivas no Brasil, com a transferência de tecnologia e profissionais altamente qualificados para fora do país"..